domingo, 31 de outubro de 2010

Escolha democrática

Se prevalecerem as previsões das pesquisas eleitorais, Dilma será vitoriosa na eleição de hoje. Será feita a vontade de Lula, que ganhou a confiança do povo.

Concordo com Karl Popper que, embora o povo não esteja em condições de formular políticas, ele é quem está em melhores condições de avaliar os seus resultados.

A democracia é um instrumento para o desenvolvimento do senso crítico e prático. Mas isso só se torna efetivo em conexão com uma educação que estimule o domínio da dinãmica do conhecimento em larga escala.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Educação de qualidade para todos

"Todo poder vem do povo, deve ser exercido em nome do povo, em benefício do povo."

Esse é um princípio geral tido por certo na civilização ocidental. Essa civilização é conhecida como judáico-cristã, e teve a sua versão mais representativa na Idade Média, quando o Império Romano atingiu o seu auge. Este, por sua vez, absorveu não só a civilização da Antiga Grécia, mas também o cristianismo, por meio do catolicismo.

A educação grega visava ao desenvolvimento do homem integral. A educação romana também. A diferença é que aquelas civilizações estavam sob o comando de uma elite que não reconhecia o direito de grande parte da população, pois, baseava-se no trabalho escravo em larga escala.

Hoje, com os recursos tecnológicos existentes, todo o povo pode ser educado. Os líderes em todas as áreas de atividade podem ser escolhidos entre aqueles que têm vocação, conhecimento e sabedoria, a partir de uma base ampla, onde todos tenham tido igualdade de oportunidades educacionais.

Um bom referencial para uma educação universal é a síntese realizada por Abraham Maslow sobre as necessidades básicas universais do ser humano. Outro referencial são os fundamentos universais contidos no cristianismo.

Combinando-se os fundamentos perenes da civilização com a moderna tecnologia, tudo isso integrado a uma eficiente gestão da aprendizagem, em sentido amplo, pode-se levar educação de qualidade para todos. E, assim, fazer uma nova elite servidora baseada em conhecimento e ética.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Serra ou Dilma?

O humanista cristão Patrus Ananias afirmou, em evento público: - O povo brasileiro é fruto do estupro e do sofrimento, mas o produto é bom. Se cuidado com carinho poderá dar frutos cada vez melhores.

Collor estimulou a esperança, mas falhou. Contudo deixou a importante ideia de que o Brasil pode e deve estar em condições de competir com qualquer país do mundo pela melhoria da qualidade de vida do povo.

Coube a Itamar Franco a inesperada solução de redirecionar os rumos da economia do País quando todas as tentativas anteriores haviam falhado. A pedido de Itamar, FHC coordenou a criação e implementação do vitorioso Plano Real. É ai que começa o Brasil de Lula.

Lula foi educado na Universidade da Vida. Inteligente, postou-se acima do seu partido e conseguiu aproveitar as bases deixadas por FHC. Com ele todos ganharam. A miséria foi combatida e milhões deixaram a linha da pobreza, ainda que provisoriamente.

Agora resta-nos escolher entre Serra e Dilma. Serra pensa por si mesmo. Dilma é dependente de Lula. Serra, assim como Lula, demonstra ter elevada autoconfiança. Dilma, aparentemente, é fraca nessa qualidade e, com isso, tem tudo para tornar-se refém do PT. A marca principal do PT, após abdicar de sua pregação histórica contrária, é o relativismo moral. E isso está de acordo com o materialismo ateu marxista que o inspira.

Tanto Serra quanto Dilma se associaram a antigos inimigos. Os dois têm o apoio de parte da tal da "elite" que Patrus afirmou estar na fonte do sofrimento do povo. Os dois demonstram gostar demasiadamente do poder a ponto de fazerem promessas e concessões perigosas. Entre Serra e Dilma, já fiz a minha escolha: Aécio.

Para não votar em branco, continuarei refinando minha análise da situação até o dia da eleição. Trata-se de apostar num critério de verdade, mas "o problema central da verdade consiste em encontrar um critério de verdade que seja verdadeiro".

A escolha depende de fé e intuição, pois o uso do meu senso crítico ainda não me permitiu dar ganho de causa a nenhum dos dois candidatos. Mas, levando-se em conta o debate do dia 25/10 na TV Record, creio que Serra tem grande vantagem pessoal sobre Dilma. Contudo, ainda é necessário comparar a ideologia profunda dos apoiadores dos dois candidatos.

Leia-se, a esse respeito, o livro A Sociedade Aberta e seus Inimigos, de Karl Popper. Leia-se, ainda, sobre a teoria política de Antonio Gramsci, supostamente a fonte de inspiração do PT para assumir o poder total, com completa subversão do conceito de verdade.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O voto como teste de uma hipótese

Ao votar, o eleitor está testando uma hipótese. Ele acredita - e sua crença pode ser mais ou menos justificada - que sabe escolher o(a) melhor candidato(a) para o critério de verdade que tem em mente.

Pode ser que ele vote num partido ao qual está emocionalmente ligado. Pode até ser que tenha consciência de que é seguidor de um programa político de longo prazo escolhido com muito cuidado. Neste caso, mesmo algumas evidências objetivas de que seu candidato é indigno não o fará mudar o voto.

Se o partido está fortemente consolidado num princípio aceito pelos seus seguidores, o eleitor pode até racionalizar que é inevitável que um ou outro candidato seja indigno, mas isso só pode ser confirmado durante o exercício do mandato. Ele acredita que o próprio partido se incumbirá de escolher um candidato melhor na próxima eleição.

A verdade é que sempre se vota em confiança, usando a melhor informação disponível. Sob essa perspectiva, ninguém escolhe votar errado. Trata-se, no fundo, de testar uma hipótese, assim como ocorre com a solução de qualquer problema.

A melhoria do voto, pois, só pode ocorrer pela educação crítica. A emoção pode vencer em algumas escolhas, e o eleitor pode até mesmo ser enganado. Mas a razão, embora seja mais fraca do que a emoção, estará à espreita para, em algum momento, corrigir o erro cometido de boa fé.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quem está com a verdade?

Corações e mentes são submetidos a uma torrente de informação e contrainformação. Há sempre alguém, ou alguma instituição, querendo conqusitá-los. Cada indivíduo, sem a devida formação, é obrigado a posicionar-se. Mas, como acertar na escolha se os opostos se dizem igualmente verdadeiros?

Ao escolher uma religião, um partido político ou uma política, como o homem comum pode sentir-se seguro de que está do lado da verdade? Se ele conseguir ter acesso a todos os elementos para julgar e escolher, com certeza não é um homem comum. Mas, quantos atingem essa condição?

Assim, é preciso mesmo arriscar-se a partir do melhor julgamento possível. A confirmação da verdade da escolha só pode ocorrer avaliando os frutos da escolha na linha do tempo. Portanto, é preciso estar sempre atento ao desenvolvimento de um senso crítico capaz de avaliar cada situação particular tendo em vista a harmonia do todo.