quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O professor como pesquisador

Todo professor deve ser, necessariamente, um pesquisador; mas, nem todo pesquisador tem vocação para professor. Todo professor deve pesquisar o processo ensino-aprendizagem e a condição humana ao longo da História. O ponto de partida é o reconhecimento da singularidade de cada ser humano e, ao mesmo tempo, o fato de que cada ser humano é um importante elo da rede social.

A Humanidade é o corpo, e cada ser humano um membro desse corpo. Disso o professor deve estar consciente. O potencial de cada ser humano, sendo único, precisa ser realizado como parte do potencial da Humanidade. Por menor que seja, cada potencial realizado contribui para a Humanidade realizada. Disso o professor não pode se esquecer.

A psicologia, nas suas versões humanista, psicanalítica e comportametalista, deve ser estudada com cuidado pelo professor. Comenius, John Dewey, Vigostky e Paulo Freire, entre outros, devem ser consultados para se compreender o processo ensino-aprendizagem. Mas, é fundamental que se estude o método científico segundo Descartes, Galileu Galilei, Newton e Einstein.

Igualmente, deve-se estudar a aplicação do método científico nos procesos produtivos. O taylorismo, o fordismo e o toyotismo complementam o quadro para compreender a importância da aplicação do método cientifico nos sistemas produtivos em geral. Contudo, é preciso estar atento à possibilidade sempre real de que esse método, adaptado, possa ter grande utilidade na compreensão do processo de ensino-aprendizagem.

É preciso, ainda, buscar apoio na filosofia, começando por Sócrates, Platão e Aristóteles. A ética, em especial, precisa ser compreendida para que faça parte da formação do homem integral. A ética cristã, assim como a sua visão na Grécia e na Roma antigas precisam ser revisitadas.

Enfim, o papel do professor como formador exige que ele seja um pesquisador das condições de existência do homem na História. A sala de aula é o seu laboratório; mas,o aluno não é uma cobaia. Dai a necessidade de domínio do estado da arte da dinâmica do conhecimento - método científico humanizado -.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ensino-aprendizagem

Um método promissor para ensinar o aluno a aprender com alegria

1. Algumas Fontes do Método Usado
Pesquisas permanentes sobre como os profissionais aprendem e trabalham
O Modelo Japonês de Gestão, com ênfase no Sistema Toyota de Produção
Teorias diversas sobre ensino-aprendizagem

2. Objetivos
Preparar o aluno para aprender de forma autônoma, colaborativa e acelerada
Produzir materiais de consulta para o próprio aluno e para iniciantes no assunto
Promover a garantia de qualidade na aprendizagem

3. O Método
3.1 - Suporte metodológico geral
3.1.1 - Ensino-aprendizagem: reflexão para atualização de um Projeto Pedagógico

3.1.2 - A leitura estratégica

3.1.3 – O raciocínio estratégico

3.1.4 - A Dinâmica do Conhecimento

3.2 - Passos Principais
3.2.1 – Apresentação do material selecionado pelo professor
3.2.2 – Domínio global superficial do conjunto de textos
3.2.2.1 - Leitura prospectiva de todo o material (segundo texto 3.1.2)
3.2.2.2 – Representação dos temas e conceitos por meio de um único diagrama de conteúdo em formato A4
3.2.2.3 – Apresentação oral do material produzido em no máximo 05 minutos
3.2.3 – Domínio completo de um dos textos
3.2.3.1 - Seleção de um dos textos para aprofundamento, a critério do aluno
3.2.3.2 - Leitura analítica do texto (segundo texto de apoio 3.1.2)
3.2.3.3 – Elaboração de um diagrama de conteúdo do tema em formato A4
3.2.3.4 - Apresentação oral do tema em cerca de 05 minutos
As etapas 3.2.2.2 e 3.2.3.3 são repetidas até que o público-alvo aprove os diagramas produzidos. O público-alvo inicial são os próprios alunos. O professor coordena, em classe, a avaliação do material. Simulam-se as etapas principais do desenvolvimento de um produto. Havendo necessidade, o próprio professor consulta outros públicos-alvos (calouros, por exemplo). Após a aprovação do público-alvo, sob o ponto de vista estético e de facilidade de compreensão, o professor faz a avaliação final quanto ao conteúdo e sua coerência interna.
3.2.4 – Continuação da Aprendizagem
De acordo com os resultados obtidos, planeja-se o restante do semestre letivo levando em conta as sugestões dos alunos.
3.2.5 – Variações do Método
As variações do método ocorrem de acordo com a situação. Em alguns casos, o material é apresentado já na sua forma apropriada ao estudo. Eventualmente há uma combinação de métodos. Uma das possibilidades é que o aluno faça levantamentos das fontes de conhecimento, envolvendo: praticantes, sistematizadores e analistas do tema. Combinam-se, em todos os casos: a imitação, o aperfeiçoamento e a inovação.

4. Resultados Finais Obtidos com o Método
Ex-alunos satisfeitos após suas experiências profissionais.
Materiais didáticos de alto nível para consulta dos próprios alunos e outros interessados.
Aproximação do perfil do engenheiro estipulado pelo MEC e pelo mercado.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A liberdade do homem integral

O homem pode sentir-se totalmente integrado à grande realidade da vida, ou pode sentir-se apenas um indivíduo isolado ou, ainda, membro de um partido.

O homem de partido é um homem partido, mas isso faz parte da sua condição até que compreenda sua possibilidade de tornar-se um homem integral. Mas, obviamente, isso não é fácil.

Algumas vezes, ao buscar a liberdade, o homem torna-se membro de algum partido dito liberal. E, nesse partido, luta contra todos, tentando fazer prevalecer a si mesmo como o melhor partido.

Por outro lado, há o homem que julga estar alinhado com a totalidade, mas esta vista sob a perspectiva do partido único, do qual quer fazer-se líder ou seguidor, e que representa uma classe que deve assumir o controle total da sociedade.

Já o homem intetral, preparado para ser livre, está além de todos os partidos. Não pertecendo a nenhum deles, pode compreender a necessidade de todos eles enquanto a sociedade não amadurece.

A Humanidade produziu alguns exemplares extraordinários desse tipo de homem, entre eles: Buda, Confúcio, Sócrates e Gandhi. Contudo, há exemplos quase ao nosso lado de pessoas simples que atingiram essa liberdade em alto grau.

O homem integral na sua versão mais singela não precisa ter muita instrução para ser educado e, como tal, livre. Ele pode ser, por exemplo, o gari que realiza o seu trabalho com alegria e se dirige a todos com um sorriso contagiante.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Graus de liberdade

Todos queremos liberdade. E todos os grandes sistemas políticos prometem-nos liberdade.

O liberalismo sem peias oferece a liberdade que se pode conquistar por mérito próprio, individualmente ou mediante associação estratégica. Ele levou ao capitalismo selvagem e ao nazismo, além de ter induzido o movimento comunista marxista.

O comunismo marxista oferece a liberdade que se pode obter de um sistema totalmente solidário, este coordenado pelo partido que representa a classe dos trabalhadores unidos. Isso levou ao comunismo soviético, ao comunismo norte-coreano e ao comunismo cubano.

A Europa teria encontrado uma terceira via, esta oscilando em torno do meio termo representado pela social-democracia. Um Estado de tamanho suficiente deveria garantir a satisfação das necessidades humanas essenciais, além de garantir a igualdade de oportunidades para que cada invivíduo, de acordo com o seu esforço, utilize os meios à sua disposição para que se autorrealize.

O Japão teria encontrado uma terceira via paralela à européia. Lá, o capitalismo estaria atuando em prol do bem estar da sociedade, esta constituída, em cerca de 90%, pela classe média. O comunismo foi rejeitado, mas suas boas ideias foram acolhidas.

Constituiria o lulismo uma via paralela às vias européia e japonesa? Com a Dilma presidente o experimento será posto em ação. Fiquemos atentos, pois fala-se num socialismo terceiro-mundista que ainda não gerou um representante que possa ser considerado bem-sucedido. Seria o Brasil o primeiro modelo?

domingo, 31 de outubro de 2010

Escolha democrática

Se prevalecerem as previsões das pesquisas eleitorais, Dilma será vitoriosa na eleição de hoje. Será feita a vontade de Lula, que ganhou a confiança do povo.

Concordo com Karl Popper que, embora o povo não esteja em condições de formular políticas, ele é quem está em melhores condições de avaliar os seus resultados.

A democracia é um instrumento para o desenvolvimento do senso crítico e prático. Mas isso só se torna efetivo em conexão com uma educação que estimule o domínio da dinãmica do conhecimento em larga escala.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Educação de qualidade para todos

"Todo poder vem do povo, deve ser exercido em nome do povo, em benefício do povo."

Esse é um princípio geral tido por certo na civilização ocidental. Essa civilização é conhecida como judáico-cristã, e teve a sua versão mais representativa na Idade Média, quando o Império Romano atingiu o seu auge. Este, por sua vez, absorveu não só a civilização da Antiga Grécia, mas também o cristianismo, por meio do catolicismo.

A educação grega visava ao desenvolvimento do homem integral. A educação romana também. A diferença é que aquelas civilizações estavam sob o comando de uma elite que não reconhecia o direito de grande parte da população, pois, baseava-se no trabalho escravo em larga escala.

Hoje, com os recursos tecnológicos existentes, todo o povo pode ser educado. Os líderes em todas as áreas de atividade podem ser escolhidos entre aqueles que têm vocação, conhecimento e sabedoria, a partir de uma base ampla, onde todos tenham tido igualdade de oportunidades educacionais.

Um bom referencial para uma educação universal é a síntese realizada por Abraham Maslow sobre as necessidades básicas universais do ser humano. Outro referencial são os fundamentos universais contidos no cristianismo.

Combinando-se os fundamentos perenes da civilização com a moderna tecnologia, tudo isso integrado a uma eficiente gestão da aprendizagem, em sentido amplo, pode-se levar educação de qualidade para todos. E, assim, fazer uma nova elite servidora baseada em conhecimento e ética.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Serra ou Dilma?

O humanista cristão Patrus Ananias afirmou, em evento público: - O povo brasileiro é fruto do estupro e do sofrimento, mas o produto é bom. Se cuidado com carinho poderá dar frutos cada vez melhores.

Collor estimulou a esperança, mas falhou. Contudo deixou a importante ideia de que o Brasil pode e deve estar em condições de competir com qualquer país do mundo pela melhoria da qualidade de vida do povo.

Coube a Itamar Franco a inesperada solução de redirecionar os rumos da economia do País quando todas as tentativas anteriores haviam falhado. A pedido de Itamar, FHC coordenou a criação e implementação do vitorioso Plano Real. É ai que começa o Brasil de Lula.

Lula foi educado na Universidade da Vida. Inteligente, postou-se acima do seu partido e conseguiu aproveitar as bases deixadas por FHC. Com ele todos ganharam. A miséria foi combatida e milhões deixaram a linha da pobreza, ainda que provisoriamente.

Agora resta-nos escolher entre Serra e Dilma. Serra pensa por si mesmo. Dilma é dependente de Lula. Serra, assim como Lula, demonstra ter elevada autoconfiança. Dilma, aparentemente, é fraca nessa qualidade e, com isso, tem tudo para tornar-se refém do PT. A marca principal do PT, após abdicar de sua pregação histórica contrária, é o relativismo moral. E isso está de acordo com o materialismo ateu marxista que o inspira.

Tanto Serra quanto Dilma se associaram a antigos inimigos. Os dois têm o apoio de parte da tal da "elite" que Patrus afirmou estar na fonte do sofrimento do povo. Os dois demonstram gostar demasiadamente do poder a ponto de fazerem promessas e concessões perigosas. Entre Serra e Dilma, já fiz a minha escolha: Aécio.

Para não votar em branco, continuarei refinando minha análise da situação até o dia da eleição. Trata-se de apostar num critério de verdade, mas "o problema central da verdade consiste em encontrar um critério de verdade que seja verdadeiro".

A escolha depende de fé e intuição, pois o uso do meu senso crítico ainda não me permitiu dar ganho de causa a nenhum dos dois candidatos. Mas, levando-se em conta o debate do dia 25/10 na TV Record, creio que Serra tem grande vantagem pessoal sobre Dilma. Contudo, ainda é necessário comparar a ideologia profunda dos apoiadores dos dois candidatos.

Leia-se, a esse respeito, o livro A Sociedade Aberta e seus Inimigos, de Karl Popper. Leia-se, ainda, sobre a teoria política de Antonio Gramsci, supostamente a fonte de inspiração do PT para assumir o poder total, com completa subversão do conceito de verdade.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O voto como teste de uma hipótese

Ao votar, o eleitor está testando uma hipótese. Ele acredita - e sua crença pode ser mais ou menos justificada - que sabe escolher o(a) melhor candidato(a) para o critério de verdade que tem em mente.

Pode ser que ele vote num partido ao qual está emocionalmente ligado. Pode até ser que tenha consciência de que é seguidor de um programa político de longo prazo escolhido com muito cuidado. Neste caso, mesmo algumas evidências objetivas de que seu candidato é indigno não o fará mudar o voto.

Se o partido está fortemente consolidado num princípio aceito pelos seus seguidores, o eleitor pode até racionalizar que é inevitável que um ou outro candidato seja indigno, mas isso só pode ser confirmado durante o exercício do mandato. Ele acredita que o próprio partido se incumbirá de escolher um candidato melhor na próxima eleição.

A verdade é que sempre se vota em confiança, usando a melhor informação disponível. Sob essa perspectiva, ninguém escolhe votar errado. Trata-se, no fundo, de testar uma hipótese, assim como ocorre com a solução de qualquer problema.

A melhoria do voto, pois, só pode ocorrer pela educação crítica. A emoção pode vencer em algumas escolhas, e o eleitor pode até mesmo ser enganado. Mas a razão, embora seja mais fraca do que a emoção, estará à espreita para, em algum momento, corrigir o erro cometido de boa fé.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quem está com a verdade?

Corações e mentes são submetidos a uma torrente de informação e contrainformação. Há sempre alguém, ou alguma instituição, querendo conqusitá-los. Cada indivíduo, sem a devida formação, é obrigado a posicionar-se. Mas, como acertar na escolha se os opostos se dizem igualmente verdadeiros?

Ao escolher uma religião, um partido político ou uma política, como o homem comum pode sentir-se seguro de que está do lado da verdade? Se ele conseguir ter acesso a todos os elementos para julgar e escolher, com certeza não é um homem comum. Mas, quantos atingem essa condição?

Assim, é preciso mesmo arriscar-se a partir do melhor julgamento possível. A confirmação da verdade da escolha só pode ocorrer avaliando os frutos da escolha na linha do tempo. Portanto, é preciso estar sempre atento ao desenvolvimento de um senso crítico capaz de avaliar cada situação particular tendo em vista a harmonia do todo.

sábado, 18 de setembro de 2010

Como lidar com pessoas difíceis?

Algumas pessoas são tão difíceis que é melhor não se envolver com elas. Mas, para quem não tem alternativa, ou para quem se julga com a missão de ajudar os outros, há alguns pequenos truques que facilitam a convivência.

Como já dizia meu sogro: - Com jeito você amansa qualquer sujeito.

Meu sogro era, antes de tudo, um observador. Ele ouvia muito, falava pouco e fazia o possível para não falar quando estava com raiva. Usando sua intuição, ele seguia recomendações de grandes sábios e estudiosos do comportamento humano.

A regra fundamental consiste em ouvir sem interromper o outro, ainda que ele fale aquilo de que não gostamos. Quando julgarmos que houve a intenção de ofender-nos, e se tivermos oportunidade, basta contar alguma história sobre nossa dificuldade de comunicação, destacando que somos capazes de, sem querer, ofender o outro.

Pratiquei esse pequeno truque com algumas pessoas difíceis e ele funcionou bem. Ele não funciona contra pessoas violentas e psicopatas, mas é eficaz na comunicação com pessoas que ainda conseguem usar sua razão.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ordenar é o trabalho do sábio

Segundo Aristóteles "Ordenar é o trabalho do sábio". Ele fez o seu trabalho tão bem feito que, por meio de Tomás de Aquino, influenciou o cristianismo de forma impactante.

O trabalho de ordenação na ciência consistiu, primeiramente, em ordenar uma forma de pensar apropriada à descoberta científica. Galileu Galilei, Newton e Einstein deram as contribuições mais significativas a esse respeito.

Na gestão, coube aos japoneses atualizar a ideia de ordenação de meios para se atingirem fins. Isso foi feito em larga escala visando à reconstrução do Japão. O modelo mais maduro dessa forma de pensar é atribuído, atualmente, à Toyota Motors.

Hoje fui supreendido por um aluno que garantiu-me ter feito uma revolução em sua vida com a aplicação do senso de ordenação em suas atividades acadêmicas. Ele pretende, agora, aplicar o mesmo conceito para tornar-se empresário.

Após analisar vários exemplos, sou obrigado a endossar Aristóteles: ordenar é mesmo o trabalho do sábio. Mas não é preciso esperar tornar-se sábio para aplicar o senso de ordenação. Uma caminhada de milhares de quilômetros deve começar pelo primeiro passo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A verdade na politica

Descobrir a verdade em qualquer área da atividade humana é muito difícil. Na política a tarefa torna-se ainda mais mais difícil.

Os políticos desonestos seguem as descobertas de Maquiavel sobre como conquistar e manter o poder. Ele descobriu, por exemplo, que era prática comum fingir ser adepto dos valores apreciados pelo povo, mas passar por cima de tais valores se fosse conveniente.

Entre muitas dissimulações, algumas estratégias "maquiavélicas" podem ser prontamente detectadas: fazer teatro para religiosos, embora seja ateu; fazer obras para cobrar propinas ao invés de fazer as obras necessárias; fazer promessas inviáveis visando a iludir o eleitor impressionável. Uma das estratégias mais usadas consiste em fazer-se íntimo de eleitores formadores de opinião.

Enfim, embora muitos políticos sejam honestos, os políticos desonestos acreditam mesmo é na encenação. Isso até que a verdade a seu respeito seja descoberta e compartilhada pelos eleitores. Porém, a verdade só pode ser descoberta por quem a busca com persistência. E isso exige treino. É preciso, pois, colocar à disposição do povo uma educação de qualidade para formar o cidadão crítico e prático.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Você é normal?

Sob o ponto de vista estatístico, nada é mais natural do que ser normal. Isso implica que você está do lado da maioria.

Atualmente tem-se a impressão de que ser normal implica ser um consumidor dos recursos da Terra. Você é estimulado a consumir o quanto puder, pois a festa vai acabar dentro de algumas décadas.

Sob essa perspectiva, ser normal significa ser um destruidor. Mas, lá no íntimo de cada um há um desejo profundo de ser apenas verdadeiro. E isso implica fazer o sacrifício de controlar os instintos.

Então, pense. Ser normal, hoje, não é grande coisa. Se você deseja comportar-se como um ser humano decente é preciso controlar-se para não seguir a manada.

Lutar pela verdade é o grande desafio!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Substituindo o medo pelo prazer de aprender

Confirmei, hoje, que os alunos têm verdadeiro pavor de provas convencionais. Consegui exigir mais trabalho e mais aprendizagem ao substituir a prova tradicional pela garantia de qualidade na aprendizagem.

A meta transformou-se em demonstrar, verbalmente e via diagrama de conteúdo, o dominio de um tema. Os alunos foram levados a: 1) aplicar o conceito de método na própria aprendizagem; 2) melhorar sua aprendizagem; e 3) melhorar sua capacidade de pensar e comunicar-se sobre o tema.

Fiz o teste com alunos do Curso de Engenharia Civil da UFMG, mas tenho aplicado o método no Curso de Engenharia de Produção da UFMG com grande sucesso. Percebi que há margem para melhorias significativas no ensino e na aprendizagem mudando radicalmente o objetivo e o método de avaliação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A sabedoria do professor Paulo

Meu amigo Paulo, um professor universitário muito dedicado, resumiu assim sua experiência de vida: trabalho, disciplina e liberdade.

Ele teve de ganhar o pão com o suor do próprio rosto desde criança. Somente aos 40 anos, devido ser arrimo de família, adquiriu condições de fazer curso superior. Decidiu, em seguida, fazer carreira acadêmica, o que o levou a fazer mestrado e doutorado.

O Prof. Paulo iniciou sua carreira acadêmica aos 51 anos. Ele educa pelo exemplo. Nunca reclama de sua situação inicial difícil, pois acha que isso foi uma boa escola de vida para ele. Afirma que a pobreza sem miséria não é tão ruim assim para quem tem trabalho e é disciplinado.

O trabalho, conforme acredita, é fundamental para que o cidadão se eduque para a vida. A disciplina é a precondição para quem deseja liberdade. O professor Paulo, na minha opinião, está onde deveria estar: educando.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O pensador crítico-prático

O homem, por natureza, é obrigado a pensar, a sentir, a agir e a comunicar-se. Entretanto, parece que alguns são vocacionados para um desses aspectos mais do que para os outros.

Contudo, a educação, em minha opinião, deveria tentar formar o homem crítico-prático, no limite do possível. Isso implica que ele deve ser apto a analisar criticamente a realidade e, ao mesmo tempo, ser capaz de agir para transformá-la a partir das coisas mais simples.

Não há que se esperar formar um doutor para que se possa, por exemplo, pensar como pesquisador. Cada ação simples deve ser a ação do pesquisador, pois isso implica levar em consideração os fatores que delimitam a prática. Arrumar e varrer, por exemplo.

Entretanto, uma das maiores dificuldades reside na comunicação humana. Quanto a isso, ser crítico implica estar atento a essa dificuldade. Ouvir com atenção, por exemplo, e nunca responder sem antes ter compreendido realmente a intenção por trás dos gestos.

Ser um prático na comunicação implica buscar encontrar os pontos de concordância em primeiro lugar. Isso facilita a construção de ambientes de respeito mútuo. As discordãncias devem ser destacadas, mas apenas para reorientar o posiconamento crítico-prático.

A meta deve ser sempre a realização do potencial humano de criar ambientes nos quais as pessoas possam sentir-se felizes mesmo quando trabalham duro ou, até mesmo, quando sofrem de doenças terminais. Acompanhei casos assim e sei que é possível.

Mas isso implica partir do princípio geral certo.

sábado, 21 de agosto de 2010

A ignorância do sábio

Estou um pouco mais firme na compreensão do que seja sabedoria. É que o sábio, quanto mais aprende, mais se torna consciente de que é um ignorante.

Ele não mais tenta vencer alguém pelo seu conhecimento, como fazia antes de tornar-se sábio. Antes, procura aprender com todos. Até mesmo com o mais ignorante.

Com o ignorante pode-se aprender, por exemplo, o que não fazer em certas circunstâncias. Mas, há coisas que o ignorante sabe fazer, embora não saiba explicar. E com isso o sábio também pode aprender.

Enfim, a sabedoria pode ser encontrada no homem simples e sem instrução formal, mas pode estar muito longe do homem que conseguiu os mais invejados títulos acadêmicos.

A ignorância do sábio é um grande bem a ser conquistado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Revolucionando o aprendizado

Tenho feito experimentos que demonstram que o aprendizado, em todas as áreas do conhecimento, pode passar por uma verdadeira revolução.

Em primeiro lugar, deve-se ter a visão de garantia de qualidade do aprendizado. Para isso é preciso selecionar muito bem os assuntos e abordá-los de forma que todos que sejam aptos ao aprendizado possam dominá-los.

O aprendizado deve ser estimulante e agradável. Quem aprende primeiro deve ajudar os demais colegas.

O cérebro não deve ser usado como depósito de informação, pois esse papel é melhor realizado pelo computador. É necessário que o aluno aprenda a pensar em conexão com o fazer.

Para aprender mais, leia:
Revolucinando o Aprendizado, de Gordon Dryden e Jeannette Vos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Compreendendo melhor o sentido do milagre

Enquanto meu irmão Celson esteve doente, por cerca de oito meses, todos esperávamos por um milagre. Contudo, não tínhamos necessidade de um milagre no sentido de recuperção do corpo, pois sempre soubemos e aceitamos que o corpo nasce para morrer.

O Celson, após rejeitar, não só aceitou sua condição, como passou por uma profunda transformação.

Ele nasceu de novo. Tranformou-se num educador pelo exemplo. Teve grandes alegrias com seus amigos e familiares em meio ao sofrimento.

Mas é preciso estar atentos para percebermos o verdadeiro milgre: o novo nascimento pelo espírito.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O potencial revolucionário da simplicidade aplicada

Acabo de dar uma aula sobre o Programa 5S para alunos do Curso de Engenharia Civil da UFMG.

Após fazer uma pequena dinâmica para ilustrar a importância do senso de ordenação, além de demonstrar a importância da comunicação eficiente no local de trabalho, fui procurado por alunos que viram aplicação imediata dos conceitos nas empresas em que trabalham.

Um deles chegou a comparar sua experiência de vida com as dinâmicas apresentadas. Ele percebeu que tudo pode ser melhor, mais barato e mais agradável quando se aplicam os conceitos básicos da gestão.

Fiquei satisfeito de saber que há potencial de se fazer uma verdadeira revolução na qualidade de vida por meio da aplicação de conceitos simples.

Espero que os líderes da sociedade percebam esse potencial e ajam para realizá-lo.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Colhendo os frutos da educação

Meu filho Gustavo está, finalmente, colhendo os frutos da educação. Foi contratado para participar do projeto mais avançado da Airbus.

Ele era hiperativo, e não gostava de estudar. Mas, foi orientado a tornar-se autodidata nas escolas por onde passou.

Fez Engenharia Aeronática no ITA, com o último ano tendo sido cursado na Universidade Técnica de Berlin.

Em Berlin não perdeu tempo. Estagiou numa empresa de Engenharia e deixou sua marca. Tornou-se tão importante no projeto no qual atuava que teve uma oferta de emprego.

Em julho de 2010 teve de escolher entre três alternativas: manter-se na empresa onde estagiava; fazer mestrado no Instituto Superior de Aeronáutica e Espaço da França, com bolsa do governo francês, ou aceitar um emprego para trabalhar em Munich, num projeto da Airbus.

Gustavo aceitou a última oferta e está muito feliz. Ele está aplicando tudo que aprendeu sobre ser um autodidata em todos os campos, especialmente quanto ao conhecimento da natureza humana.

Que Deus guie o Gustavo para vôos mais altos. Estes de natureza espiritual!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tudo bem após muito sofrimento

Meu irmão Celson faleceu no dia 10/08/2010 após cerca de oito meses de sofrimento devido a um câncer fulminante. Nos últimos seis meses ele ficou de cama praticamente sem mobilidade. Perdeu a sensbilidade progressivamente, dos pés até o peito.

O mais importante, contudo, é que o Celson, quanto mais sofreu, mais se tornou dócil e aberto à soberania de Deus. Ele passou a cantar os hinos evangélicos junto aos seus visitantes, e até mesmo a consolar as pessoas que sofriam.

Em tese, foi o cigarro o responsável pelo cãncer. Ele fumou por cerca de 42 anos. E usou seu sofrimento para tentar convencer todo fumante que o visitou a deixar o cigarro. Ele não perdia tempo quanto a isso.

Sua família tornou-se mais unida durante sua doença. Sua esposa Creuza jamais saiu de perto dele. Seus filhos Celson Filho e Marcelo, embora tivessem de trabalhar, passavam por lá três vezes ao dia e se tornaram enfermeiros dedicados. Suas filhas Luciana e Márcia deram-lhe todo amor que podiam. Seus genros e noras, o José, a Cláudia e a Aracely, deram-lhe apoio integral.

O sofrimento do Celson não foi em vão. Ele nasceu de novo em espírito. Com certeza!