segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O voto como teste de uma hipótese

Ao votar, o eleitor está testando uma hipótese. Ele acredita - e sua crença pode ser mais ou menos justificada - que sabe escolher o(a) melhor candidato(a) para o critério de verdade que tem em mente.

Pode ser que ele vote num partido ao qual está emocionalmente ligado. Pode até ser que tenha consciência de que é seguidor de um programa político de longo prazo escolhido com muito cuidado. Neste caso, mesmo algumas evidências objetivas de que seu candidato é indigno não o fará mudar o voto.

Se o partido está fortemente consolidado num princípio aceito pelos seus seguidores, o eleitor pode até racionalizar que é inevitável que um ou outro candidato seja indigno, mas isso só pode ser confirmado durante o exercício do mandato. Ele acredita que o próprio partido se incumbirá de escolher um candidato melhor na próxima eleição.

A verdade é que sempre se vota em confiança, usando a melhor informação disponível. Sob essa perspectiva, ninguém escolhe votar errado. Trata-se, no fundo, de testar uma hipótese, assim como ocorre com a solução de qualquer problema.

A melhoria do voto, pois, só pode ocorrer pela educação crítica. A emoção pode vencer em algumas escolhas, e o eleitor pode até mesmo ser enganado. Mas a razão, embora seja mais fraca do que a emoção, estará à espreita para, em algum momento, corrigir o erro cometido de boa fé.

Nenhum comentário:

Postar um comentário